Quinhentos quilos de alimentos para uma Páscoa sem fome


Entre integrantes da Ascap, Roosevelt, do Movimento Maria Cláudia pela Paz, entregou 20 cestas de alimentos para doação

Waleria Pontes: voluntária que ajudou
na  montagem das cestas
No último sábado (11/4), véspera do domingo de Páscoa, a solidariedade de amigos e instituições permitiu que a Ação Social Caminheiros de Santo Antônio de Pádua (Ascap) dividisse com 22 famílias 506 quilos de alimentos, além produtos de higiene pessoal e material de limpeza. Mais de 100 pessoas tiveram como se alimentar no dia em que o mundo comemora uma tradição cristã, a ressurreição de Jesus Cristo. Essa foi a resposta ao apelo feito pela Ascap, por meio das redes sociais, depois de receber vários pedidos de ajuda de pessoas de baixa ou nenhuma renda que ficaram sem meios para comprar alimentos, devido à pandemia do coronavírus.

Diante da situação, na terça-feira (7/4), a Ascap recorreu às redes sociais (Facebook, Twitter e WhatsApp) e solicitou a quem pudesse doar uma cesta de alimentos para repassar às pessoas que pediam ajuda. O jornal Correio Braziliense, mais uma vez, se mostrou parceiro de primeira hora das causas humanitárias. Além de divulgar o nosso apelo pelo site, alguns amigos da Ascap que trabalham no jornal fizeram doações em dinheiro. (https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2020/04/07/interna_cidadesdf,842970/ong-arrecada-doacoes-de-alimentos-para-desempregados.shtml).

O Movimento Maria Cláudia pela Paz, parceiro fiel e que muito tem colaborado com as ações da Ascap, não perdeu tempo: doou 20 cestas de alimentos, com o cuidado de acrescentar biscoitinhos de chocolate, lembrando que, na Páscoa, as crianças da periferia também merecem degustar uma guloseima icônica da data.

A empresária Daniela Ricci, dona da loja Pisotec, em Ceilândia, mobilizou amigos que, generosamente, também contribuíram com dinheiro. No fim, além dos produtos para 20 cestas, foram arrecadados R$ 630, que permitiram comprar mais cinco cestas de alimentos, e agregar latas de sardinhas, produtos de higiene pessoal (sabonetes, pastas e escovas de dente) e material de limpeza (sabão e água sanitária). A despensa, até então absolutamente vazia, hoje tem mais três cestas para atendimento emergencial para quem bater à porta.

Para evitar aglomeração, em respeito à orientação das autoridades de saúde, que fazem uma campanha pelo distanciamento social e, assim, reduzir a propagação do vírus, a maioria das cestas foi entregue na residência das pessoas e o restante em um ponto central do Setor Habitacional Sol Nascente. Para isso, a entidade contou com as voluntárias Delfina, Sandra Rita e Waleria Pontes, que também organizaram as cestas e os kits de higiene e material de limpeza.

Pandemia

Desde o início da crise provocada pelo coronavírus, a Ascap, com sede no Setor O, de Ceilândia, suspendeu suas atividades, seguindo a orientação das autoridades de saúde para que fizéssemos o isolamento social. Mas restou a preocupação com as famílias que são beneficiadas com o programa de doação de alimentos. Estamos numa área onde a insegurança alimentar é muito presente na vida de centenas de famílias. No fim de fevereiro, foram doados quase 300 quilos de produtos alimentícios às famílias cadastradas — 12 no total.

Com o agravamento da crise, em 26 de março, foram distribuídas 17 cestas, cinco a mais devido à emergência imposta pela nova realidade vivenciada pelo país — foram 272kg de alimentos. A maioria desses alimentos foi doada pela Igreja Messiânica da 315/316 Norte, antiga parceira da Ascap, que doa centenas de quilos de produtos alimentícios ao longo do ano. A igreja reconhece a importância do trabalho da instituição, voltado às famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, residentes no Setor Habitacional Sol Nascente e na Expansão do Setor O, e em outros pontos de Ceilândia.

No fim do mês passado, a despensa da Ascap estava completamente vazia. Em contrapartida, chegaram à instituição pedidos, principalmente de mulheres — empregadas domésticas, diaristas, ambulantes, cuidadoras de idosos, manicures e outras atividades — que ficaram desempregadas. Ou seja, perderam a fonte de renda para o sustento da família.

O sábado de aleluia trouxe alívio, mas a diretoria da Ascap está preocupada com o próximo mês. As autoridades alertaram para a a tendência de agravamento da epidemia. Mais uma vez, teremos que socorrer as famílias cadastradas e também as que não têm cadastro, mas sentem fome.

Bazar

A única fonte da renda da Ascap é o Bazar Solidário, sempre no segundo sábado de cada mês. Impossibilitada de promover o bazar, por causa da epidemia, o caixa da instituição está muito baixo. Não dispõe de recursos financeiros para arcar com as despesas das cestas de alimentos. Por isso, espera e conta com o espírito fraterno das pessoas. A instituição compreende que muitas outras organizações da sociedade civil estão empenhadas em fazer a mesma coleta de donativos para atender suas clientelas, e as parabeniza pelo gesto, pois entende que "solidariedade é atitude" em benefício dos mais desfavorecidos.

Saúde mental

Mas a expressão de solidariedade da Ascap não fica só aí. A psicóloga Brenda Fraz, da equipe da Psicologia Solidária da Ascap, segue atendendo seus pacientes e quem mais precisar ajuda por se sentir pressionado pela angústia, tristeza, insegurança e medo causados pelo isolamento social, por meio on-line (skyp, telefone, WhatsApp). Quem necessitar de conforto e apoio psicológico para vencer a travessia deste momento adverso pode entrar em contato com a Brenda, por meio do telefone (61) 99124-2782.

ENTREGA DE CESTAS: IMAGENS

ASCAP
EQNO 1/3, Lote A, Áreas Especial, Setor "O", Ceilândia Norte
WhatsApp: (61)9 9289-8079 (contato para informações e doações)

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