Piter (de bermuda), com o filho, Flávio (E) e a família, em São Paulo, começa a reescrever sua história de vida
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"Estamos todos bem. Estamos muito felizes. Ele (Piter)
está trabalhando com meu filho. Estão tendo uma relação de pai e filho muito
boa. Hoje, eu deito e durmo. Estamos vivendo uma coisa surreal! Tudo graças a
Deus." É assim que Leda descreve a reconciliação como marido, Éder Piter
de Oliveira Meris. Não se trata de uma história com final feliz, mas da reconstrução de uma família que foi dilacerada pelas drogas.
Piter era dependente químico. Por meio de um anúncio, veio
para Brasília em busca de recuperação. Não deu certo a vida na instituição,
cujo nome ele evitou citar. Em janeiro de 2018, os integrantes da Caminhada
Solidária, promovida pela Ação Social Caminheiros de Antônio de Pádua (Ascap), encontraram
Piter vagando na região da Cracolândia — um ponto de usuários, em Ceilândia.
Ele é estofador profissional.
Ele estava “limpo”, ou seja, não havia usado nenhum
entorpecente e pediu ajuda dos caminhantes solidários para conseguir voltar
para São Paulo e reencontrar a mãe, Alaíde, o filho, Flávio, e Leda, sua alma
gêmea. Ainda na rua, ele fez contato com a mulher pelo celular de uma das
caminhantes. Ali mesmo, Leda não o poupou de uma bronca. Mas a emoção do encontro,
mesmo a quilômetros de distância, mexeu com a sensibilidade de todos que lá
estavam.
Naquele momento, ficou acertado que a Ascap buscaria meios
de mandar Piter para São Paulo. Ele afirmou que iria se tratar para se livrar
da dependência a química. Os diretores da Ascap, sobretudo, as então diretoras
de Organização, Sandra Rita, e de Eventos, Grazielly Marques, conseguiram
comprar a passagem de ônibus, roupas e calçados para Piter embarcar, em 27 de
janeiro, para São Paulo.
Os momentos finais de Piter na capital da República foram
acompanhados pela jornalista Gabriela Furquim, à época, trabalhando no Correio
Braziliense. A história era uma grande novidade e merecia uma bela
reportagem. Um dependente químico que retornava para casa, com o apoio de uma
instituição social, a Ascap.
Em São Paulo, as dificuldades para encontrar uma instituição
que acolhesse Piter foram grandes. Algumas semanas depois, soube-se que ele
havia saído da casa da mãe e não voltara, repetindo um comportamento que sempre
teve: usar drogas longe da família. Ele acabou sendo preso. Um ano de privação
de liberdade. Há alguns meses, ele voltou e, dessa vez, para a casa dos pais de
Leda, onde ela estava vivendo com o filho. Os pais o acolheram e ajudou o casal
a se reconciliar.
Piter, Leda e Flávio estão juntos outra vez, escrevendo um
recomeço de vida em família. “Estamos começando do zero”, diz Leda, na conversa
por telefone com Sandra. E acrescenta: “O importante é que está tudo correndo
bem”. Piter também falou com a ex-diretora e agradeceu tudo que “o pessoal”,
referindo-se à Ascap, fez por ele. Hoje, ele diz que está trabalhando muito e
luta para ser um empresário, ao lado do filho. A Ascap torce para que os sonhos
da família se realizem.
Ouça o DEPOIMENTO DE LEDA
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Bom diaaaaa!!! Que lindaaaaaa história, bênçãos de DEUS nessa família linda. Parabéns ASCAP.
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