Então, a diretoria eleita em agosto de 2017, queria identificar como poderia modificar essa realidade. Para isso, era preciso ouvir as mulheres, identificar potencialidades e construir projetos de acordo com o desejo do grupo, por entender que decisões verticais não despertam interesses. Ou seja, a construção de uma proposta de ação deveria ser coletiva. O desenvolvimento do projeto, desde o início, contou com a colaboração do Comitê Nacional de Vítimas de Violência (Convive), representado pela saudosa jornalista Valéria de Velasco, que morreu em 17 abril de 2018 — uma perda irreparável — , e do comunicólogo Marcelo Fernandes, que segue com a Ascap, prestando inestimável colaboração às ações da Ascap.
Mas não só isso. Nas franjas dos centros urbanos, a população é, em boa parte, refém da violência. As dificuldades para reverter essa realidade são enormes, pois ela é invisível ao poder público. Portanto, não alcançam os benefícios das políticas públicas. No Setor Habitacional Sol Nascente, um dos focos de atuação da Ascap, faltam equipamentos públicos como centros de saúde, saneamento básico adequado, baixa iluminação nas ruas, o que favorece a ação dos criminosos, e alto índice de violência, devido ao reduzido serviço de segurança pública.
A Terapia Comunitária Integrativa, conduzida pela terapeuta Helenice Bastos, vinha ajudando as mulheres ao exercício da fala, pelo qual revelavam seus dramas pessoais e as dificuldades diárias diante de uma conjuntura muito adversa. Essa atividade levou a Ascap a ser uma das instituições selecionadas pelo Instituto Promundo e Instituto Caixa Seguradora a participar do projeto-piloto M+H: Juventude contra a violência, que busca a construção de tecnologias sociais para o enfrentamento das iniquidades que afetam os diferentes gêneros presentes na sociedade.
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