Em mais uma entrevista, como
atividade do projeto M+H (mulher +
homem): Jovens contra violência, apoiado pelos institutos Caixa Seguradora e Promundo, com foco na equidade de gênero, conversamos
com a professora e mestre em história Cláudia Guerra, da Universidade Federal
de Uberlândia (MG), que generosamente abriu um espaço na sua agenda, como
candidata a cargo eletivo, para compartilhar com todos nós conhecimento e
experiência como ativista em movimentos de mulheres. Ela faz uma releitura dos
avanços e retrocessos na constante luta feminina pela equidade de gênero, ao
abordar o tema Olhares femininos: o avesso e os direitos.
O patriarcalismo, ainda impera, no
país. Os homens ainda se sentem superiores às mulheres, as “coisificam” e as
tratam como objetos de sua propriedade. O machismo é cultura nociva, que relega
o respeito entre as pessoas, sobretudo na questão de gênero, um plano inferior.
Os direitos das mulheres são conquistados a conta gota.
A falta de equidade de gênero não é
restrita ao ambiente doméstico. Está presente nas relações trabalhistas, onde
mulheres com o mesmo grau de instrução e exercem as mesmas funções dos colegas
homens têm salários menores. Dentro de casa, à mulher ainda é imposta a
responsabilidade por todos os afazeres domésticos e a responsabilidade pela
educação dos filhos, tarefas que deveriam ser igualmente divididas entre o
casal.
Em relação ao corpo, ainda há
barreiras quanto ao aborto, um problema de saúde pública, relegado a plano
secundário, com base em dogmas religiosos. A interrupção clandestina da
gravidez tem levado muitas mulheres à óbito. Ninguém leva em conta os motivos
dessa mulher optar por não ter o filho. A condenação vem sempre antes, e pouco
interessa o sofrimento da mulher que se viu obrigada a interromper a gestação.
Recentemente, o país ficou
estarrecido e, ao mesmo tempo, dividido com o caso da criança de 10 anos que
engravidou, depois de ser abusada por vários anos pelo tio. A legislação
contempla o aborto em caso estupro e, no episódio específico, a criança corria
risco de morte. Mais: era uma criança. Ainda assim, os fundamentalistas
tentaram impedir o aborto, recomendado pela medicina, com cenas deprimentes à
porta dos hospitais. De vítima ela passou a ser a culpada pela violência
praticada por um adulto.
Confira a entrevista da professora Cláudia Guerra e não esqueça de se
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