Hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher é momento de parabenizar a força feminina pela sua capacidade de resistência, pela sua na luta cotidiana por equidade, pela sua energia de seguir em frente e superar barreiras, preconceitos e violência.
Vive-se um momento de retrocessos, de perdas de conquistas e de desprezo. Os que comandam o poder público defendem a subserviência da mulher aos homens. Ignoram a violência e pouco se importam com o avanço do feminícidio, que suprime a vida da mulher só por ser mulher.
Mas é a fibra feminina que produz o tecido social.
Dia 8 de março é momento de recarregar as energias, certa de que o dia seguinte será de continuidade da luta, que parece não ter fim. Mas é dia também de colher, receber e dar flores e ser homenageada com poesia. Por que não? Então, veja o que escreveu a poetisa, atriz, escritora, cantora Elisa Lucinda, uma ativista pelos direitos das mulheres.
SAFENA
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Elisa Lucinda
Sabe o que é um coração
amar ao máximo de seu sangue?
Bater até o auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo do novo começo.
Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Pitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões
Vassouras, rodos, águas, flanelas e cercas
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate
O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.
Obrigado linda mensagem
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