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Solidariedade contra a violência da fome

Cinquenta cestas de alimentos: a fome não pode esperar

 “Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”, diz a canção. Mas os amigos, mesmo a distância, se revelam por meio de gestos fraternos e solidários. Nessa quinta-feira (8/4), a Ascap foi merecedora de mais uma expressão de amizade sincera. A amiga Carmen Gramacho arrecadou 50 cestas de alimentos, para a Ascap amenizar a situação de famílias que pouco ou nada têm à mesa, em um momento muito crítico, provocado pela pandemia e pela ausência políticas públicas adequadas para o seu enfrentamento e em defesa da vida.

Carmen Gramacho tem sido uma parceira de primeira hora com as necessidades da instituição, sempre com um olhar no bem-estar dos que são vítimas das insólitas políticas sociais. Mas não só isso. Ela se dedicou — e ainda trabalha — para semear “saberes” em comunidades, nas quais crianças, jovens e adultos têm dificuldades de acesso à leitura. Em nove anos, a partir de 2007, brotaram 182 Bibliotecas do Saber em comunidades do Distrito Federal e até fora do quadradinho.

Carmen conheceu a Ascap por meio da inesquecível amiga e parceira Valéria de Velasco, jornalista, e uma das fundadoras do Comitê Nacional de Vítimas da Violência (Convive). Valéria morreu em 17 de abril de 2018, poucos dias depois de fazer a mudança do Convive para a sede da Ascap. A partida de Valéria aproximou ainda mais Carmen da instituição, que se coloca como mais uma via, entre outras organizações sociais, para o enfrentamento das muitas faces da violência — a fome é tão cruel quanto as mais diversas formas de agressões e, se não for aplacada, também é letal.

Assim, a direção da Ascap expressa profunda gratidão a Carmen. E, igualmente, a Cristina Del’Isola, à frente do Movimento Maria Cláudia pela Paz. Na semana passada, o Movimento doou 500 quilos de alimentos, distribuídos em cestas entregues às famílias cadastradas. Os agradecimentos também são extensivos à Igreja Messiânica, que, há anos, é parceira fiel. A Ascap é grata a todos — pessoas físicas, jurídicas, amigas e amigos — que têm, das mais diferentes formas, colaborado com o seu trabalho voltado aos que vivem na periferia de Ceilândia e no Sol do Nascente com enormes dificuldades.

Os cuidados dispensados pela Ascap buscam jogar luz sobre pessoas e famílias que vivem na invisibilidade. São demonstrações concreta de que todas as “vidas importam”, ainda que sejam negligenciadas e não alcançadas por políticas voltadas ao bem-estar de todos.

Gratidão é sentimento que permeia e consolida as relações da Ascap com todos os amigos e parceiros.

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