Costura social: Mulheres começam alinhavar seus sonhos

Na segunda aula, informaçõe sobre as máquinas de costura e como manuseá-las com segurança


Dias especiais têm sido vivenciados no curso de costura, promovido pela Ação Social Caminheiros de Antônio de Pádua (AscapBsB), resultado do projeto Fortalecimento do protagonismo social, da saúde emocional e qualificação profissional em comunidades do DF, financiado por emenda parlamentar, sob a supervisão do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A meta é formar até o início do próximo ano 150 costureiras, visando a inserção dos participantes no setor produtivo ou garantir a eles ter ou agregar renda ao orçamento familiar. O curso está sendo ministrado pela designer de moda Suzete Cunha, mais conhecida como Suzy.

No período de preparação do material necessário ao curso, as mulheres reuniram-se e revelaram seus talentos no campo da moda e vestuário. O desafio foi lançado por meio do grupo Costura Social, criado no WhatsApp. Sensacional! Não há outra palavra para qualificar as habilidades das mulheres nas artes do crochê, do bordado, do tricô, da pintura de tecidos. Trabalhos belíssimos. Diante da mostra, decidiu-se produzir bolsas, em algodão cru, panos de prato, caminhos de mesa entre outros peças, para que sejam comercializadas, por meio de uma lojinha no Instagram (https://www.instagram.com/costurasocial.ascapbsb/), ainda em construção. Tão logo, fique pronta a lojinha virtual, há o compromisso de todos os participantes ajudarem na divulgação.

Houve consenso entre todas que parte da arrecadação será destinada às alunas e o restante possibilitará a compra de insumos para que mais produtos sejam confeccionados. Assim, haverá a oportunidade de criamos um sistema em que as(os) participantes comecem a ter um dinheirinho na carteira. Além disso, todos os participantes terão noções de empreendedorismo e, dessa forma, poderão comercializar seus produtos em grupo ou individualmente.

Na segunda-feira (11/4), de fato, começaram as aulas, quando as alunas aprenderam detalhes sobre o funcionamento das máquinas. Mas não só isso. Todas puderam dar breves depoimentos sobre sua história de vida e revelar o que desejam com o aprendizado da costura. Várias tiveram experiência com a costura, mas, agora, querem se aperfeiçoar e aumentar a renda financeira. Outras estão descontentes com as atividades que realizam e querem seguir outro caminho. Algumas sonham, por meio da costura, conquistar sua emancipação financeira e orgulhar os filhos e a família. Há ainda as que querem continuar sendo útil a outras pessoas e também aos seus familiares. Elas veem na costura um meio de expressar solidariedade aos que necessitam de ajuda.

Todas as conversas e trocas de ideias se dão num ambiente pleno de alegria, descontraído, onde sonhos e desejos mexem com o imaginário das participantes. Uma clima de amizade e de muita atenção às orientações e ensinamento da professora Suzy, que abraçou a ideia de transformar sonhos em realidade.
Clique nos links para ver o segundo dia de aula e as criações das alunas: Aula 2 - Costura Social | Criações da Costura Social

GRATIDÃO

Pensar o modelo, reunir linhas, agulhas e retalhos para costurar novas realidades seria algo inalcançável sem amigos e amigas solidários, que há tempos compreenderam que a grande ambição da AscapBsB é se tornar um instrumento para ajudar na construção do bem-estar das pessoas, a maioria delas residentes na periferia e, praticamente, invisíveis às politicas públicas elaboradas em gabinetes e distantes do cotidiano delas.

Assim, é preciso expressar gratidão à Silvana, do armarinho Mundo dos Aviamentos (510 Sul), que não pensou duas vezes em atender ao apelo de Patrícia Foguinho, diretora do Movimento Maria Cláudia Pela Paz (MMCPP), que interveio em favor da Ascap. Silvana doou tecidos, aviamentos, o que permitirá a realização de muitos trabalhos durante o curso de costura, atendendo a necessidade de várias turmas.
 
Ressalte-se que a presidente do Movimento Maria Cláudia, Cristina Del'Isola, desde 2017, tem acolhido, com muita generosidade, os apelos da organização. É a mão amiga nas horas difíceis, como pretende ser a Ascap àqueles que vivem na periferia.

Expressamos também gratidão ao jornalista José Carlos, editor dos cadernos de Cultura e de Cidades, do Correio Braziliense, que dou mais de 30 metros de tecidos (jeans e brim) para os futuros costureiros tenham insumos para as primeiras peças de roupa.

A todos que têm colaborado, sem nada exigirem em troca, a gratidão eterna da AscapBsB.