Despedimo-nos de 2022. Foi um ano muito bom para a Ação Social Caminheiros de Antônio de Pádua (AscapBsB) — as dificuldades enfrentadas fizeram parte do aprendizado. Pela primeira vez em sua história, a instituição conseguiu desenvolver um projeto financiado com recursos federais. Assim, foi possível desenvolver os cursos básico de costura e o de formação de terapeutas comunitários integrativos.
Essa experiência inédita para a instituição foi possível graças à emenda ao Orçamento da União apresentada pela senadora Leila Barros, e à parceria com o Polo de Cuidados Correnteza, sediado em Sobradinho, e à dedicação de Neuza Zimmermann e de Mirna Almeida da Silva, dirigente do Polo, para a construção do projeto.
Foram semanas de trabalho e de adequação do projeto às exigências do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, gestor dos recursos destinados ao financiamento dos cursos previstos. Metas ousadas: formar 150 costureiras e 30 terapeutas. A aprovação da proposta foi confirmada, por meio do Diário Oficial da União, com a liberação do Termo de Fomento 916693/2021.
Hoje, passado um ano, avançamos. Chegamos ao fim deste ano, com mais de 40 costureiras formadas. Ultrapassamos a meta de formar 30 terapeutas e chegamos a mais de 40. Um resultado merecedor de aplausos. As novas variantes da covid-19 atrapalharam muito o ritmo que tentamos imprimir ao curso de costura.
Vale destacar que os avanços, a concretização do sonho de oferecer às mulheres um curso, como o de costura, que pode ajudá-las se torna real pela dedicação plena da professora Suzete Cunha, a Suzy. Ela não mede esforços, em todos os momentos, de oferecer o melhor de si para que todas as alunas sejam bem atendidas e saiam felizes de cada aula. É assim, com rigor no ensino das técnicas básicas de costura, com abraços carinhosos, que Suzy garante um clima de cordialidade, solidariedade e alegria durante todas as aulas. Não à toa, a maioria das alunas expressam apreço e gratidão à dedicação de Suzy ao que se propôs executar em favor de todas.
Muitas mulheres inscritas se viram impossibilitadas de continuar nas turmas porque foram infectadas pelo vírus, o que as forçaram a abandonar o curso. Diante desse obstáculo intransponível provocado pelo vírus, a solução para contorná-lo foi a garantia de que elas retornariam ao curso em outras turmas.
Soluções
As dificuldades provocam a criatividade. As turmas de costura foram além do aprendizado. O modesto espaço da Ascap, onde estão 10 máquinas de costura, tornou- se uma sala de convivência, onde brotam amizades, solidariedade e o espírito de colaboração é dominante. O clima é tão bom que as alunas chegam e não querem mais deixar a AscapBsb.
Para contornar a dificuldade e atender o desejo das meninas, como são chamadas as alunas, eis que surgiu o Grupo Produtivo da Costura Social — nome dado à nova experiência. As aulas ocorrem em dois turnos nas segundas, quartas e sextas-feiras. Nas terças e quintas-feiras, elas estão de volta à Ascap para exercitar o que aprenderam. Produzem bolsas e outras peças, cujo resultado das vendas é rateado entre elas, levando em conta a participação de cada uma em cada peça produzida.
É uma semente plantada para, em breve, construirmos um sistema de produção coletivo, que permita às mulheres ter renda com o próprio trabalho. Assim, poderão ter dinheiro para realizar seus sonhos e contribuir com a renda familiar.
Hoje, depois de duas excursões a Goiânia, para complementar o aprendizado, que implica conhecer os mais diversos tipos de tecidos e ver de perto as múltiplas possibilidades da costura, a maioria delas entendeu que o curso de costura abre muitas janelas de oportunidades, mesmo para quem não pode se ausentar do espaço doméstico, para tenham renda e reduzam a dependência financeiro do marido ou companheiro, ou possam arcar com os custos da manutenção de sua casa. É um instrumento para independência, que fortalece a dignidade e a autoestima.
Espera-se que 2023 seja um ano de muitas outras iniciativas que empoderem as mulheres e que os sorrisos e a alegria durante as aulas do curso de costura sejam parte do dia a dia de cada uma. E que todas possam dizer bem alto: “Xô, depressão!”
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