Ascap precisa de espaço para atender a comunidade

Por falta de espaço, a entrega de certificados das formadas em costura se dá fora das instalações da Ascap


Na reta final do projeto Costura Avançada: alinhavando vidas para o protagonismo, as demandas por mais atividades seguem crescentes. As mulheres da periferia de Ceilândia, Expansão do Setor O, Sol Nascente e até de Águas Lindas de Goiás reivindicam novos cursos tanto no campo da costura quanto outras capacitações.  

O formação em costura vai muito além do desenvolvimento de uma atividade que permite a prática rentável. A costura se confunde com uma terapia para as dores da alma e do coração. Os depoimentos das mulheres são encantadores. Dizem que o curso mudou a vida delas.

O curso de costura permitiu que superassem as angústias, a depressão, e pudessem ver a realidade com outras cores. Mais do que exercer um trabalho rentável, reconquistaram a autoestima e sentiram-se capazes de vencer as naturais adversidades da vida, com mais coragem e certeza de que são capazes de dar a volta por cima.

Propiciar novos cursos, além da costura, é uma das principais metas da Ação Social Caminheiros de Antônio de Pádua (AscapBsB).  Mas não só isso. O programa Psicologia Solidária da instituição ressente-se da falta de espaço para acolher todos que precisam de tratamento psicossocial. A Ascap conta com um grupo de psicólogos voluntários que estendem as mãos aos que precisam de auxílio para se livrar das dores emocionais.

Entre os 45 pacientes, atendidos pelos psicólogos voluntários, 62% recorreram à rede pública, sem sucesso, e chegaram à Ascap por meio de indicação de amigos, parentes e pacientes.  Ao mesmo tempo, a maioria dos atendidos não tem renda suficiente para arcar com um tratamento na rede privada. Hoje, há cerca de 20 pessoas na fila da Psicologia Solidária. Os atendimento se dão por meio virtual e presencial. Embora tenha dois pequenos consultórios, a demanda reprimida ocorre devido à falta de espaço para ampliar o acolhimento de mais pessoas. 

A atual sede da Ascap não tem dimensão adequada para o bom desenvolvimento de novos projetos de formação

Desde o ano passado, a Ascap vem lutando para reformar as atuais instalações, a fim ampliar o espaço para a capacitação voltada à inserção de pessoas da comunidade no setor produtivo, bem como os consultórios da Psicologia. O processo tramita desde junho de 2024, depois que a instituição foi informada pela Secretaria da Família e da Juventude da decisão do governo do Distrito Federal de regularizar as ocupações das organizaçãoes da sociedade civil e das entidades religiosas. 

A expectativa é de que a autorização para a reforma ocorra ainda neste primeiro semestre. A reforma propiciará à Ascap desenvolver mais projetos de interesse das comunidades atendidas. Na realidade, essas iniciativas alongam o braço do poder público, que não consegue abraçar todas as necessidades da comunidades, principalmente da periferia. Essa esperança conta com a sensibilidade das autoridades. Vamos torcer para que assim seja.

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