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Doações da Ascap chegam a quilombolas da Chapada dos Veadeiros

A instituição, em parceria com os Calangos do Planalto, enviou agasalhos para crianças que vivem nas comunidades remanescentes do Quilombo Calunga, protegidas pelo cerrado e invisíveis às políticas públicas


Entre os donativos dos brasilienses entregues aos quilombolas, estavam agasalhos enviados pela Ascap  

As atividades desenvolvidas pela Ascap não teriam o alcance crescente que vem sendo registrado não fosse sentimento de solidariedade e partilha dos que acompanham ou conhecem a instituição. Como expressar gratidão a todos os amigos, amigas e entidades parceiras? Só repetindo os gestos e sendo fiel a missão que a Ascap se impôs: trabalhar pelo bem-estar de quem a procura.

 Não há barreira nem fronteiras para sentimentos e atitudes solidárias. Em meados deste mês, a Ascap doou vários agasalhos para crianças do Quilombo Calunga, no município de Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros (GO), a 430km do Distrito Federal. A ação se deve à recente parceria com os Calangos do Planalto, um clube de aventuras, que congrega jovens que amam experiências em atrativos naturais (cachoeiras, cavernas, montanhas, rios), mas que deixam uma pegada social e fraterna por onde passam. A aliança com a Ascap foi criada por Robson Anderson. Ele integra os Calangos do Planalto e é um dos amigos que contribuem com cestas de alimentos.

 A Chapada dos Veadeiros é plena de atrativos ambientais. É um dos mais belos parques, com farta riqueza de flora e fauna, além de abundante recurso hídrico. Lá vivem mais de 2 mil quilombolas, descendentes de escravos, que foram usados na extração de minério e outras atividades durante o período escravagista. Os quilombolas estão entre a parcela da população invisível ao poder público. “Para chegar às comunidades mais distantes de Alto Paraíso, temos que ir de carro com tração 4X4”, diz Robson Anderson, o que indica a dificuldade de acesso aos quilombolas, o que, por outro lado, é uma forma de os remanescentes se protegerem da epidemia do novo coronavírus e de outras doenças comuns aos centros urbanos.

 Diante da carência identificada entre os quilombolas, os Calangos do Planalto decidiram iniciar uma campanha para obter roupas e agasalhos para as comunidades. “Eles (os quilombolas) plantam e conseguem sobreviver com o que obtêm da terra, mas não têm como comprar roupas ou agasalhos. Diante dessa realidade, decidimos fazer uma campanha que teve uma boa resposta dos brasilienses e da Ascap”, afirma Robson, amigo de uma das mais atuantes voluntárias da Ascap, a Sandra Rita.

 As comunidades mais próximas ao centro do município de Cavalcante conseguem, com muita dificuldade, vender um pouco do excedente da produção de alimentos. Porém, nunca arrecadam o suficiente para garantir uma melhora expressiva da qualidade de vida. Assim, os Calangos do Planalto optaram por entregar os donativos às comunidades do Vão das Almas e Vão dos Moleques, onde vivem cerca de 100 famílias ficam mais afastadas do centro quilombo. 

 “Para chegar a essas comunidades contamos com a inestimável ajuda do guia Alvani, também quilombola”, relata Robson. Segundo ele, a comunidade se preparou para recepcionar a expedição. “Separaram um local pra gente dormir, serviram almoço, jantar, café da manhã. Tudo bom muito. Em retribuição, decidimos pagar por todo esse trabalho”, diz ele, consciente de que o dinheiro é algo escasso entre os quilombolas. Uma troca de carinho e amizade. Robson acrescenta que outras campanhas em favor dos remanescentes serão promovidas. “Vamos ajudar aquelas pessoas”, garante ele.

 

Fotos cedidas pelos Calangos do Planalto



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Por princípio, a Ascap não comercializa roupas infantis. Elas são sempre doadas aos meninas e meninas que necessitam.

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